Que a coruja de Minerva levante voo!

«Recordemos as previsões do Kali-Yuga indiano relativas à idade de ferro, ou seja, aquela da decadência final:

Matar-se-ão as crianças no ventre das mulheres, os homens e as mulheres serão promíscuos, o herói e o guerreiro serão vexados e banidos, os reis serão ladrões e os ladrões tornar-se-ão reis.

Uma civilização, uma nação, um povo, uma raça, assemelham-se a uma árvore. As raízes são o fundamento biológico, isto é, o substrato genético, num sentido mais amplo, de onde tudo procede. O tronco é a cultura, o conjunto das manifestações étnicas de ordem mental e espiritual. A folhagem representa as manifestações exteriores da civilização, a economia, as técnicas, as artes, a potência material. Quando o tronco e a folhagem são feridos ou ficam doentes, a cura é possível enquanto as raízes forem sãs e puderem regenerar o conjunto. Mas se estas últimas forem atingidas pelo desmoronamento demográfico, pela mestiçagem, pela imigração alógena maciça, para além de um certo limiar, não se pode mais voltar atrás, a árvore cai, o povo de origem e tudo aquilo que criou petrificam-se para sempre na morte, dado que o código identitário desapareceu, foi parasitado e alterou-se.

Todavia, as possibilidades dos nossos povos feridos ainda existem, como a semente que mantém a vida no gelo e sob a neve, no frio invernal onde cresce a Edelweiss.

Temos a possibilidade de pertencer a uma civilização metamórfica, que sempre se soube regenerar após crises graves, como a Fénix, a ave que renasce das suas cinzas. Não é no crepúsculo, quando tudo parece perdido, que levanta voo a coruja de Minerva?

É a partir deste momento que é necessário preparar o Renascimento e imaginar o mundo vindouro. Na História, são as minorias activas que vencem.

No seio da mentalidade dos povos de origem europeia, reside essa ideia fundamental de destino, o Fatum dos romanos e a Moïra dos gregos. O destino é aberto e imprevisível. Nada está escrito. O rio da História pode voltar o seu curso. Nenhum Deus pode fazer dobrar Prometeus.

No início do seu Fausto, Goethe escreveu: “Ao início era a acção”, invertendo assim o provérbio bíblico “ao início era o verbo”. Penso em boa verdade que ao início estão ao mesmo tempo o verbo e a acção. É necessário falar e escrever para ensinar e convencer, e agir para fazer avançar as coisas.

Porque combatemos? Não tanto para nós mas pela herança dos antepassados e pelo futuro das nossas crianças.

Da Resistência à Reconquista, e da Reconquista à Revolução. Renascença e Revolução não são, mais ou menos, sinónimos?»

De uma conferência de Guillaume Faye na Alemanha em 2006. Via Arquivo Guillaume Faye