Solstício de Inverno – “Ave Solis Invicti”!

by RNPD

Simbolicamente, a ligação da Terra com o Sol, que é dança da vida, pode ser definida por quatro grandes momentos, dois solstícios e dois equinócios. A união desses quatro pontos, num círculo que representa a natural rotação do tempo – a sua «roda» –, projecta a imagem de uma cruz, a recta que une os equinócios cruza a que une os solstícios.

Se o Inverno é a estação da escuridão, do frio e da austeridade, o seu solstício, paradoxalmente, representa o triunfo da luz e o renascimento perpétuo. Daí em diante, depois da mais longa noite, prolongar-se-ão progressivamente os dias, crescerá o sol, e a partir desse renascimento conquistará sempre mais espaço, num percurso ascendente; «rumo ao alto».

O fogo, fonte de luz e energia, natural exaltação desse Sol Invicto – no seu combate eterno com as trevas –, surge, desde os tempos ancestrais, como elemento central nos rituais dos solstícios por toda a Europa, das regiões eslavas ao extremo ibérico. Quando essa «noite mais longa» chegava era o fogo que deveria arder até que a alvorada despontasse e o abraçasse… triunfante, cumprido que estava o seu propósito: representar o revigoramento interior do homem – o espírito; e a afeição à comunidade – o sangue.