Month: Fevereiro, 2011

Soem os alarmes

Nos últimos tempos têm surgido na Europa alguns movimentos políticos que se procuram apresentar como patriotas, nacionalistas, identitários, ou, enfim, próximos dessa zona política, mas que, na realidade, servem interesses exteriores e opostos aos das nações e povos europeus. Não há inimigo mais perigoso do que aquele que destrói e corrompe a partir do interior. A pergunta fundamental é esta: como separar o trigo do joio? E a resposta é simples: Desconfiem permanentemente daqueles cujo discurso se centra exclusivamente na crítica ao islão.

Um outro código…

«Não é apenas uma outra imagem da nação, é uma outra imagem do homem que o fascismo propõe. Entre as qualidades do homem há as que o espírito fascista coloca acima de todas as outras, porque lhe parecem as qualidades sobre as quais repousam a força e a durabilidade dos Estados e também são aquelas que permitem ao homem dar um sentido à sua vida. Essas qualidades são aquelas que em todos os tempos foram exigidas aos homens que participaram em missões difíceis ou perigosas; a coragem, a disciplina, o espírito de sacrifício, a energia, virtudes que se exigem dos soldados no combate, dos pioneiros, das tripulações em perigo. São qualidades propriamente militares e, por assim dizer, animais: elas recordam-nos que a primeira tarefa do homem é proteger e conquistar, vocação que a vida gregária e pacífica das cidades nos faz esquecer, mas que o perigo faz despertar bem como toda a obra difícil onde o homem reencontra os seus adversários naturais: as tempestades, as catástrofes, os desertos. Estas qualidades animais do homem engendraram outras que lhes são inseparáveis, porque fazem parte do código de honra que se estabeleceu no perigo: são a lealdade, a fidelidade, a solidariedade, o desapego aos interesses. Sobre estas qualidades estabeleceram-se desde todos os tempos as relações dos homens entre si nas mesmas horas de incerteza e abandono. Elas constituem um sistema de compromissos mútuos sobre os quais todos os grupos de homens podem viver: o resto da moral não é mais do que uma série de aplicações, que variou e variará sempre em função dos tempos e dos lugares. Mas estas mesmas qualidades que são, digamos assim, funcionais, e que o sonho fascista toma por essenciais, desenvolvem outras, por sua vez, que não são mais que o refinamento dessas qualidades primordiais e que se tornam essenciais à medida que o animal humano se torna mais consciente daquilo que é e daquilo que quer. Essas qualidades são um luxo a que as sociedades militares se deram desde que elas tomaram a sua forma e constituíram a sua hierarquia. Abrangem o orgulho, a exactidão da palavra dada, a generosidade, o respeito pelo adversário corajoso, a protecção dos que são fracos e desarmados, o desprezo por aqueles que mentem e, ao contrário, a estima pelos que se opõem lealmente. Estas qualidades cívicas, que sentimos ainda palpitar obscuramente nas nossas cidades decadentes, constituíram a honra daqueles que, no passado, fizeram profissão de se bater e de ser plenamente homens. Reencontramo-las tanto nas ordens militares e religiosas como entre os príncipes sarracenos e os samurais. Elas constituem, no fundo, o único código que as sociedades militares reconheceram como sendo conforme à sua vocação, são o essencial da honra do soldado.»

Maurice Bardèche, Qu’est-ce que le fascisme?

Robert Brasillach (31/03/1909 – 06/02/1945)