Categoria: Dossier Crise

Mentalidade de esquerda

A forma como a esquerda acusa constantemente a Alemanha de ser culpada pela crise que afectou uma parte da Europa do sul, ou de não ser solidária com o resto da Europa, querendo que os alemães assumam, para saldar essa suposta culpa, as dívidas dos outros, é própria da natureza ideológica da esquerda.

A esquerda vive, tradicionalmente, do culto da vitimização do “fraco” e da culpabilização do “forte”. Os princípios de responsabilização própria são estranhos à esquerda. O fraco nunca o é por culpa das suas próprias limitações ou falhas mas sim porque é oprimido, enganado ou explorado pelo forte. A culpa nunca é do indivíduo, mas sim da sociedade, que não assume o seu dever de o tornar igual.

Se os governantes alemães pensaram a U.E. como uma forma de beneficiar a Alemanha e o seu povo fizeram muito bem. Quem, no sul da Europa, andou anos a aceitar subsídios para deixar de produzir e proceder à desindustrialização do próprio país, fez muito mal. Enquanto uns pensaram na sua pátria a médio-longo prazo, outros pensaram no seu bolso a curto prazo. A estupidez e a incompetência não têm nem devem de ser indemnizadas.

A mentalidade que sobressai nos constantes pedidos de solidariedade e ajuda, nas tentativas de obrigar o norte mais rico a partilhar os custos da falta de rigor, seriedade política e competência do sul, é equivalente à do inútil que não quis trabalhar ou não conseguiu produzir nada com excelência mas que se acha no direito de exigir subsídios aos que trabalharam mais e melhor.

Mas o que não é de esquerda vê o mundo de outra forma. Tem orgulho e não mendiga. Sente vergonha da sua própria ingenuidade quando compreende que foi iludido e sente vergonha das suas próprias incapacidades quando comparado com os que lhe foram superiores. Ele não esmola, armado em vítima, culpabilizando pela sua situação os que foram melhores ou mais inteligentes, nem sequer os que o enganaram. Põe as mãos no solo, levanta os joelhos do chão, aguenta em silêncio as dores, e diz: “muito bem, assumo as minhas próprias falhas, vou superar isto com o meu próprio esforço e sacrifício, sem ajudas, mas, nem que seja a última coisa que faça, prometo-vos que voltarei para vos olhar de cima!”

Encruzilhada

«Admitamos um cenário de saída [do euro], com um euro a valer 200$00 mas objecto de uma desvalorização de 30% logo a seguir. Assumamos ainda para o PIB um valor de €165 mil milhões e uma dívida externa de valor equivalente. Neste caso, o PIB passava a medir-se por 33 mil milhões de contos. Mas, como os 200$00 valiam apenas 0,7 euros, a dívida externa pulava para 47 mil milhões, 43% mais. A primeira consequência era negativa.

Mas é no plano social que as comparações devem ser feitas. Do lado das empresas, e uma vez que o preço das exportações baixava, passaríamos a vender mais e a criar mais postos de trabalho: seria óptimo. Mas em termos de poder de compra, e uma vez que o preço das importações subia, os mesmos escudos compravam agora menos coisas e o nível de vida regredia: seria péssimo. Estaremos disponíveis para trocar menos salários por mais emprego?»
Daniel Amaral, Diário Económico de 19/02/2010

O cenário que Daniel Amaral aqui apresenta, de forma naturalmente muito resumida, tem cada vez mais de começar a ser pensado como uma das escolhas que ainda estão nas nossas mãos, enquanto nação. É evidente que, entre prepararmos a saída do Euro com tempo e planeamento, como sugere o Prof. Ferreira do Amaral e sermos forçados a sair do Euro por incapacidade de lá permanecer, a primeira opção é preferível e minoraria os custos sociais e económicos dessa saída.

Em boa verdade, e depois de ultrapassada a fase mais penosa de reintrodução do escudo, i.e., a fase de ajustamento, esta opção traria ainda um outro risco a longo prazo: num Estado tradicionalmente despesista, contaminado por nomeações partidárias e por cunhas, a disponibilização de um instrumento de política monetária que permitisse a manipulação da taxa cambial á vontade, acarretaria o risco de voltarmos, em poucos anos, a não ter contenção com a despesa pública, que foi algo a que, apesar de tudo, o euro obrigou e tem obrigado, com os custos que conhecemos. Isto significa que esta revolução económica deveria, idealmente, ser acompanhada de uma revolução total na classe política portuguesa, com gente consciente de que os novos instrumentos obrigariam a novas e acrescidas responsabilidades. Caso contrário voltaríamos rapidamente aos mesmos problemas de contas públicas, com ou sem moeda própria.

O problema é que a alternativa de permanência no Euro afigura-se cada vez mais como um beco sem saída e em condições humilhantes. Aqueles que nos estão a conceder os empréstimos, a taxas que aliás não sabemos como e quando iremos conseguir pagar, impõem-nos como condição o empobrecimento definitivo da nossa mão de obra, aconselhando inclusive que seja facilitada a entrada de mão-de-obra do norte de África, para baixar os nossos custos de produção (salários). Ou seja, o trade-off que nos é proposto para salvar no imediato a nossa economia da falência passa por transformar Portugal num espaço de mão-de-obra barata dentro da EU, um sítio onde, quando necessário, se possam colocar empresas europeias que precisem de baixos custos de produção, de onde se possam importar alguns bens baratos e onde certos serviços (sobretudo de lazer) sejam disponibilizados aos europeus do norte a baixo preço, como o turismo. O que nos propõem é que assumamos o papel de criadagem empobrecida e agradecida, e consciente do seu lugar, da Europa mais rica.

Quem compete através dos baixos salários e de fracos sistemas de protecção social são países como a Nigéria, a China ou o Paquistão. Até que ponto devem os portugueses empobrecer para serem competitivos com esses países nos mercados internacionais? Isso é aceitável? E alguém acha que isso é possível enquanto exportarmos em euros, que é uma das moedas mais caras do mundo e feita à medida de economias altamente industrializadas como a alemã?

Por outro lado, a ideia de que podemos evitar competir com o terceiro mundo através dos baixos custos produtivos pressupõe uma ideia fantasiosa do país e que alguns costumam debitar nas televisões: a de que, em vez disso, passaremos a competir com os países mais desenvolvidos, porque, por algum milagre, surgirão não se sabe de onde, um conjunto de empresas portuguesas, não de serviços ou construção mas produtivas, capazes de competir nos mercados de produtos de alto valor acrescentado que valem pela sua qualidade e diferenciação. Aqui o euro não seria um factor de desvantagem competitiva porque os mercados desses produtos são por natureza caros – a qualidade paga-se – e os concorrentes têm moedas fortes. Isto é certamente uma formulação bonita quando é feita nas televisões, mas, até ao momento, não passa de uma utopia. Não temos nem teremos essa estrutura produtiva, pelo menos nos anos mais próximos. Qual é então o nosso futuro com uma moeda tão cara como o euro e completamente desajustada das necessidades competitivas de economias como a portuguesa nos mercados internacionais?

Dossier Crise: O BCE ao serviço da especulação financeira

No Artigo 21º.1 dos estatutos do BCE (Banco Central Europeu) declara-se:

“De acordo com o disposto no artigo 123.o do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, é proibida a concessão de créditos sob a forma de descobertos ou sob qualquer outra forma, pelo BCE ou pelos bancos centrais nacionais, em benefício de instituições, órgãos ou organismos da União, governos centrais, autoridades regionais, locais ou outras autoridades públicas, outros organismos do sector público ou a empresas públicas dos Estados-Membro; é igualmente proibida a compra directa de títulos de dívida a essas entidades, pelo BCE ou pelos bancos centrais nacionais.”

Este artigo nos estatutos do BCE deveria levantar muitas perguntas e induzir muitas reflexões. O que ele impõe é a proibição do BCE comprar dívida directamente aos Estados soberanos e independentes da Europa ao mesmo tempo que permite a compra da dívida desses Estados nos mercados secundários… ou seja, se um Banco adquirir essa dívida pode depois vendê-la ao BCE que assim a adquire, já não directamente ao Estado que a emitiu, mas sim à Banca. Isto gerou o seguinte mecanismo:

Os bancos começaram a comprar dívida aos Estados nacionais cobrando taxas de juros que iam de 5% a taxas superiores a 10% (conforme os prazos de pagamento) e depois iam vender essa mesma dívida ao BCE pagando taxas de juros de 1%.

Este esquema inacreditável permitiu aos banqueiros europeus fazerem lucros absurdos enquanto os Estados nacionais iam sufocando, entravam em bancarrota e as populações iam caindo na miséria.

Portanto, aquele artigo nos estatutos do BCE serve para colocar o BCE a financiar o enriquecimento especulativos dos banqueiros à custa do povo, o que significa que, para quem quisesse verdadeiramente enfrentar esse problema, a alteração do artigo 21º seria um dos pontos de partida.

Algumas perguntas se impõem:

1- Com excepção da extrema-esquerda, nenhuma força política, desde a esquerda democrática à direita capitalista, acha este mecanismo escandaloso e grotesco?

2- Quem está por detrás da imposição deste artigo?

3- O BCE (e consequentemente a U.E.) existe para defender e servir as nações europeias ou os interesses particulares dos grandes financeiros?

Dossier Crise:Islandeses emitem mandatos de detenção sobre os seus banqueiros

Procura-se. Homem, 48 anos, 1,80 m, 114 Kg. Calvo, olhos azuis. A Interpol acompanha essa descrição com uma fotografia na qual aparece um tipo bem vestido num desses fatos de 2000 euros com um impecável nó de gravata. Vê-se à distância que se trata de um banqueiro: este não é uma daqueles cartazes do Oeste Selvagem. A delinquência mudou muito com a globalização financeira. E de qualquer forma esta história tem laivos de Western de Sam Peckinpah ambientado no árctico. Isto é a Islândia., o lugar onde os bancos fecham e os seus directores podem ir para à prisão sem que o céu caia sobre as nossas cabeças, a ilha onde apenas meio milhar de pessoas armadas com perigosos tachos e panelas podem derrubar um governo. Isto é a Islândia, o pedaço de gelo e rocha vulcânica que um dia foi o país mais feliz do mundo (assim, como soa) e onde, agora, os taxistas lançam os mesmos olhares furiosos que em todas as outras partes quando se lhes pergunta se estão mais zangados com os banqueiros ou com os políticos. Enfim, isto é a Islândia, paraíso sobrenatural, diz o cartaz que se vislumbra desde o avião, mesmo antes de aterrarmos.

O tipo da foto chama-se Sigurdur Einarsson. Era o presidente executivo de um dos grandes bancos da Islândia e o mais temerário de todos eles, Kaupthing (literalmente, A Praça do Mercado, os islandeses têm um estranho sentido de humor, para além de uma língua milenar e impenetrável). Einarsson já não está na lista da Interpol. Foi detido há uns dias na sua mansão de Londres. E é um dos protagonistas do livro mais vendido da Islândia: nove volumes, 2400 páginas numa espécie de saga sobre os desmandos que pode chegar a perpetrar a indústria financeira quando está totalmente fora de controlo.

Nove volumes: praticamente os episódios nacionais nos quais se demonstra que nada disto foi um acidente. A Islândia foi saqueada por não mais que 20 ou 30 pessoas. Uma dezena de banqueiros, uns poucos empresários e um punhado de políticos formaram um grupo selvagem que levou o país todo à ruína. 10 dos 63 parlamentares islandeses, incluindo os dois líderes dos partidos que governaram quase ininterruptamente desde 1944, tinham empréstimos pessoais de quase 10 milhões de euros por cabeça. Está por demonstrar que isso seja delito (ainda que aparentemente parte desse dinheiro servisse para comprar acções dos próprios bancos, para inflacionar as cotações), mas no mínimo é um escândalo enorme. (…)

A Islândia era o país mais pobre da Europa no princípio do século XX. Nos anos oitenta o Governo privatizou a pesca: dividiu-a em quotas e tornou uns quantos pescadores milionários. A partir daí, com o impulso de Ronald Reagan e Margaret Tatcher o país converteu-se na quintessência do modelo liberal, com uma política económica de baixos impostos, privatizações, desregulações e tudo o mais: a sombra de Milton Friedman, que viajou durante essa época a Reiquiavique, é alargada. Aquilo funcionou. O rendimento per capita passou a ser dos mais altos do mundo, o desemprego estabilizou a 1% e o país investiu em energia verde, fábricas de alumínio e tecnologia. Culminou no novo século com a privatização da Banca e os banqueiros iniciaram uma corrida desenfreada pela expansão dentro e fora do país, ajudados pelas mãos livres da falta de regulação e por uns tipos de juros a 15% que atraiam as poupanças dos dentistas austríacos, jubilados alemães e comerciantes holandeses. Uma economia sã, assente em bases sólidas, converteu-se assim numa mesa de Black Jack. (…)

A situação da Islândia deixa-nos várias lições fundamentais. Primeiro. Não é evidente que deixar cair um banco seja um acto reaccionário ou libertário, mas o custo, ao menos para a Islândia , é surpreendentemente baixo; o PIB da Irlanda ( cujo Governo garantiu toda a dívida bancária) caiu o mesmo e as suas perspectivas de recuperação são piores. Segundo: Ter moeda própria não é um mau negócio. Em caso de apuros desvaloriza-se e pronto; isso permite sair da crise com exportações, algo que nem a Grécia, nem a Irlanda (nem a Espanha) podem fazer.

A última e definitiva lição é dada pelo “grupo selvagem”, cujo aparecimento ninguém anteviu: nem as agencias de rating nem os auditores anteciparam os problemas (ainda que o que não é descoberto por uma boa auditoria é destapado por uma boa crise: a Pricewaterhousecoopers está acusada de negligência ). Mas os problemas estavam lá e a prova é que a imensa maioria dos executivos da banca estão de mãos estendidas nas ruas e alguns esperam julgamento. O nosso Sigurdur Einarsson, o banqueiro mais procurado, comprou uma mansão em Chelsea, um dos bairros mais exclusivos de Londres, por 12 milhões de euros. A maioria dos banqueiros que estão a cantas com a Justiça fizeram o mesmo durante os anos do boom… e menos mal que o tenham feito: as pessoas apupavam-nos no teatro, atiravam-lhes bolas de neve nas ruas, lançavam-lhes piropos nos restaurantes ou pintavam-lhes frases nas casas. Abandonaram a Islândia. O problema é que Einarsson não teve de sair: vivia na sua estupenda mansão londrina desde 2005. A hipoteca não era problema: Einarsson decidiu arrendá-la ao banco enquanto vivia na casa, ao fim e ao cabo, um presidente é um presidente, e esse é o tipo de demonstração de talento financeiro que só traz surpresas no caso improvável de que a Justiça se meta pelo meio. Mas a Islândia parece o lugar adequado para que sucedam coisas improváveis: segundo as estatísticas mais de metade dos islandeses acredita em elfos. No avião de regresso entende-se melhor a publicidade do aeroporto, sobretudo porque as fontes consultadas descartam a possibilidade de, se finalmente houver condenação dos banqueiros, o governo islandês conceder um só indulto que seja. Isto é a Islândia: paraíso sobrenatural. Então não é!

Crónica no El País

Dossier Crise: O Entulho que mina a pátria

Estes são os banqueiro portugueses. Estão à rasca porque se endividaram demais, empanturrando-se em alavancagens. Agora precisam de 37 mil milhões ( pelo menos) nos próximos três anos. Estes cinco banqueiros enterraram-se em dívidas, à semelhança dos portugueses dirigidos por um Partido Socialista que governou praticamente nesta última dúzia de anos.

Há um deles que descende de banqueiros que lidaram com Salazar e Caetano: Ricardo Salgado. Os pais e avôs souberam lidar com a ditadura mas não impunham regras à ditadura como este descendente impõe à democracia, incentivando despesa pública para a financiar. Parte dos nossos problemas a ele se devem. À sua cupidez natural e falta de ética de responsabilidade social e nacional. Provas?

O comunista António Vilarigues apresenta-as hoje no Público:

” Contas feitas pelo economista Eugénio Rosa ( uma espécie de Medina Carreira alternativo e sem projecção mediática, mas com maior rigor matemático- nota minha) indicam que segundo os dados do Banco de Portugal, no período 2000-2010, a dívida total líquida do país aumentou 269 por cento. A dívida líquida externa do Estado cresceu 122,6, por cento, menos de metade do crescimento da dívida do país. Mas a dívida líquida da banca e das empresas ao estrangeiro aumentou 629,2 por cento(!!!). Isto é, cinco vezes mais que o aumento percentual da dívida externa do Estado.”

E continua:

” Uma das características da actual crise é a transformação da dívida privada, contraída pelo sistema financeiro com as suas trampolinices e “lixos tóxicos”, em dívida pública a ser paga por todos nós. No caso de Portugal, os dados são esclarecedores. Desde 2008 ( em euros) a banca portuguesa recebeu quatro mil milhões dados pelo Governo; 20 mil milhões em avales; cerca de 7,7, mil milhões ( ou quase cinco por cento do PIB de Portugal) enterrados no BPN, dos quais dois mil milhões já aparecem nas contas públicas; cerca de 450 milhões no BPP; cerca de quatro mil milhões ( 2008 a 2010) só em juros roubados dos nossos impostos no esquema de “eu ( banco português) vou ao BCE pedir a um por cento e empresto-te a 4, 5 a 6 a 7, a 8 a 9…por cento”; para pagamento do IRC a rondar em média os 10 por cento ( quando a taxa é de 25 por cento); no OE para 2011 avales no valor de 20,181 milhões e ajudas para aumentos de capital de 9,146 milhões; lucros líquidos em 2010 iguais aos de 2009- cinco milhões de euros por dia- pagando metade dos impostos.”

E pergunta o articulista comunista: ” E dizem que já não aguentavam mais sacrifícios?” E acrescenta ainda: ” o comissário europeu para os assuntos económicos revelou que “é quase certo” que parte dos 80 mil milhões da chamada ajuda para Portugal será canalizado para a banca portuguesa.”

Dito isto talvez valha a pena acrescentar que aquela fina flor do lixo em que transformaram os seus bancos, assim considerados pelas agências de rating, merecem um castigo nacional. Não deveriam ficar impunes nesta desgraça porque são autores, co-autores e cúmplices do desgoverno da última dúzia de anos.

O dito Ricardo Salgado ainda nem há muito tempo, numa daquelas entrevistas de quem sente o rei na barriguinha cheia dizia que o primeiro-ministro Inenarrável que ainda temos, era um político aceitável e disse também que eram precisos os tais mega investimentos. E não foi assim há tanto tempo…

Tal como não foi assim há tanto tempo- Outubro de 2009- que em entrevista à TSF disse isto:

Ricardo Salgado considerou Teixeira dos Santos «dos melhores ministros das Finanças que Portugal jamais teve».«Na minha opinião pessoal, é muito bom para o nosso país» que continue à frente do Ministério das Finanças, no novo Governo apresentado por José Sócrates, defendeu.

Entulho, disse? É pouco. Talvez responsável directo pelo “lixo tóxico”.

(Via Porta da Loja)

Dossier Crise: Portugal vítima de apostas de especuladores internacionais

Robert Fishman é professor de sociologia na Universidade americana de Notre Dame. Na terça-feira, publicou um artigo de opinião no “The New York Times” onde afirmava que Portugal não precisava de ajuda externa. Ontem, numa entrevista exclusiva ao Expresso, explicou porquê.

Desde 2002 que Robert Fishman visita Portugal, no âmbito das suas investigações como sociólogo da universidade americana de Notre Dame. Já entrevistou Aníbal Cavaco Silva, Francisco Pinto Balsemão, líderes sindicais e professores universitários e não tem dúvidas de que os políticos portugueses não são os culpados da atual crise. “Os culpados estão fora de Portugal”. Eles são: “Os especuladores, as agências de rating e também o Banco Central Europeu”.

Na longa entrevista, que o Expresso publica na edição deste sábado, o professor universitário diz que o país foi vítima de uma espécie de aposta dos especuladores internacionais, que investiram milhões contra Portugal na ânsia de ganharem dinheiro com a crise.

Fishman acusa o Banco Central Europeu de não ter feito o suficiente para ajudar Portugal. “A política monetária europeia serve os interesses alemães mas não os dos países periféricos”. E vai mais longe: “Nesta altura diria que o euro é um problema para Portugal”.