Europa e Ocidente: colonialismo e neocolonialismo

by RNPD

A ocidentalização do planeta é, como se afirma geralmente, a consequência histórica do colonialismo europeu? Muito divulgada nos meios progressistas esta tese não parece mais que parcialmente verdadeira. O colonialismo europeu, tal como se manifestou dos séculos XVI ao XX, deve, com efeito, ser claramente distinguido do neocolonialismo ocidental que lhe sucedeu.

O colonialismo europeu tradicional traduzia uma vontade hegemónica e imperial que não implicava necessariamente a destruição dos valores do colonizado. Mas a partir do século XIX o colonialismo europeu foi também a expressão de uma vontade “civilizadora” saída do universalismo filosófico do século das Luzes e de um igualitarismo que deveria impulsionar o colonizador a assimilar o colonizado e a despojá-lo dos seus valores.

Ao condenar, em nome de uma moral humanista e messiânica, a vontade hegemónica e imperial das potências europeias, os Estados Unidos contribuíram de maneira decisiva para o desmantelamento dos impérios coloniais. Não para libertar o povo colonizado mas para substituir a ordem colonial tradicional, de essência política, por um neocolonialismo que só havia retido do colonialismo a vontade “civilizadora”. Assim, “ocidentalizado”, o neocolonialismo não fez mais que radicalizar as ameaças que o antigo colonialismo europeu fazia pesar sobre a identidade dos povos colonizados. Dessa forma, o povo que até então havia escapado à influência colonial europeia encontrou-se irresistivelmente sujeito ao neocolonialismo ocidental, sem que esse povo pudesse reagir.

Como revoltar-se contra uma rede de influências que engloba as burguesias locais, as multinacionais, os meios financeiros, etc. Quando um amo é visível é possível designá-lo como inimigo e libertar-se dele mas o neocolonialismo submete o povo a um “tipo de vida” e não ao poder político de outra nação, como no colonialismo europeu tradicional. Como combater um colonizador fantasma? A resposta impõe-se: a “neodescolonização” alcançar-se-á pela metapolítica e pela cultura.

Guillaume Faye (em NovoPress)